O processo da colheita é a etapa final de todo o esforço realizado nas lavouras de milho. Existem alguns pontos importantes que – se bem realizadas – maximizam o rendimento da lavoura evitando assim possíveis perdas. São elas:

1. População final de plantas
2. Plantas quebradas x plantas acamadas
3. Plantas dominadas
4. Ponto de colheita
5. Perdas na colheita

A população final de plantas é uma medida utilizada para se conhecer a quantidade de plantas de milho por unidade de área (ex: plantas por hectare). Para o cálculo da população final de plantas por hectare, recomenda-se contar o número de plantas em todas as linhas de uma passada da semeadora a uma distância de 10 metros, somar individualmente cada linha e calcular a média de plantas por metro. Assim, obtém-se o número de plantas do local amostrado.

DICA AGROESTE: a cada 10 ha, devemos amostrar um ponto, e em talhões superiores a 200 ha, devemos realizar no mínimo 15 pontos.

Plantas acamadas são aquelas que tiverem dano no seu sistema radicular associados ao ataque de pragas ou infecção por fungos, fitotoxidez de herbicidas ou deficiências físicas ou químicas do solo que impedem o desenvolvimento da raiz, deixando as plantas recurvadas (o vento também é um fator climático que pode contribuir para o acamamento).

Uma forma de se prevenir é utilizar a tecnologia VT PRO 3, que combina proteção da raiz do milho contra Diabrotica speciosa (larva-alfinete) e proteção contra as lagartas da parte aérea, maior flexibilidade no manejo de plantas daninhas.

Já as plantas quebradas são aquelas que, além de tombar sobre o solo, apresentam quebramento do colmo causado por problemas fisiológicos (esgotamento) ou por doenças (fungos e bactérias), como Colletotrichum graminicola, Stenocarpella spp. (mais conhecida como Diplódia), Fusarium graminearum, Fusarium moniliforme e Macrophomina phaseolina. Esse problema se manifesta geralmente no final do ciclo.

As perdas decorrentes de tombamento (seja a quebra ou o acamamento) não são precisas e podem variar a cada safra. Elas tendem a ficar entre 5 e 20% a cada ano. O motivo é simples, na colheita mecanizada, as máquinas não conseguem recolher as espigas que estão muito próximas ao solo. Existem sugestões de manejo que reduzem a chance de tombamento na lavoura. Sendo elas:

• Melhoria do perfil de fertilidade do solo.
• Adubações potássicas mais equilibradas, visando a uma melhor estrutura dos colmos.
• Populações de plantas mais ajustadas aos recursos disponíveis (época de plantio e adubação).
• Evitar herbicidas que provoquem fitotoxidez, utilizando-se tecnologia RR.
• Utilização de fungicidas, permitindo-se melhor atividade fotossintética.
• Manejo de pragas de raiz e de
• Colheita precoce, minimizando-se a exposição ao vento e ao esgotamento.

As plantas dominadas são aqueles com desenvolvimento abaixo do esperado. Consideramos dominada uma planta com desenvolvimento 70% inferior ao padrão estabelecido na lavoura.

Elas são resultado de heterogeneidade na distribuição de plantas ou na profundidade de plantio, emergência desuniforme, estresse hídrico, compactação do solo, desuniformidade de fertilidade e adubação da área, baixo vigor de sementes, ataque de insetos e danos nas sementes.

Para definirmos o ponto ideal de colheita do milho, deve-se levar em consideração a finalidade à qual se destinam os grãos e as condições de armazenagem. Por exemplo: o milho doce é colhido com 72% a 75% de umidade, já o milho a granel, com 25% de umidade, com secagem artificial posterior. No armazenamento, os grãos deverão ter no máximo 13% de umidade.

DICA AGROESTE: vale lembrar que esperar o grão secar no campo também tem impactos no processo da colheita. Quanto mais secos estiverem, maior a probabilidade de ocorrerem fissuras (quebras) provocadas pelo impacto com a estrutura de trilha da colhedora. Estudos conduzidos por Toledo & Marcos Filho (1977) demonstraram aumento de 12,5% nas perdas comparando-se colheitas com 25% e 15% de umidade.

Além das perdas por fissuras, a qualidade do grão também fica comprometida. Aumenta a probabilidade de ataques de insetos, infecções por fungos e germinação. Em outras palavras, a qualidade do produto passa a depender – muito mais – das condições do ambiente durante esse período.

as perdas na colheita podem ser resultado da interferência de muitos fatores. A própria colheita mecanizada causa perdas em torno de 6% da produção de forma geral. Para o milho, esse valor não deve ultrapassar 2% (Fonte: MOLIN et al., 1998).

Elas podem ser classificadas da seguinte maneira:

• perdas em pré-colheita (são aquelas relacionadas ao tombamento e queda de espigas)
• plataforma (ligadas a regulagem de velocidade de deslocamento, altura da plataforma e espaçamento entre bocas, bem como devido à altura de inserção da espiga de milho)
• grãos soltos (quando o rolo espigador recebe um fluxo menor de plantas e, com isso, debulha parcialmente a espiga, ou então quando a chapa de bloqueio está ligeiramente aberta e/ou com espigas menores que o padrão, entrando em contato com o rolo espigador)
• grãos nos sabugos (desregulagem do cilindro e côncavo, que pode quebrar o sabugo antes da debulha – ou não debulhar completamente os grãos).

Neste processo de quantificação/avaliação das perdas na colheita, separamos as perdas de grãos na espiga e as perdas de grãos debulhados, sendo:

Quantificação das perdas de grãos na espiga – Podemos quantificar as perdas na pré- colheita (antes da entrada da máquina), após a colheita (desconectando o distribuidor de palha) e as perdas provocadas pela plataforma, subtraindo do valor das perdas após a colheita (perdas totais) as perdas pré-colheita de grãos aderidos à espiga.

Quantificação das perdas de grãos debulhados – Quantificamos as perdas de grãos debulhados aderidos a partes do sabugo (má regulagem do cilindro batedor), grãos soltos embaixo da colhedora (perdas provocadas pelo rolo espigador) e perdas de grãos provocadas pelo mecanismo de separação, que podem ser calculadas por meio da quantificação do total de grãos soltos após a operação de colheita, subtraindo-se as perdas provocadas pelo rolo espigador.

Problemas, causas e soluções para perdas na colhedora – Levando em consideração as principais perdas na colheita mecanizada, temos a seguir uma tabela de possíveis causas e soluções para esses problemas.

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 A fim de garantir a maior e melhor produtividade possível, é essencial conhecer os principais fatores que causam perdas na colheita, bem como quantificá-los, para então melhorar o processo, trabalhando sobre os pontos críticos. O uso de sementes de boa qualidade e com biotecnologia como encontrado na tecnologia VT PRO 3 ajudam a combater aspectos importantes vistos nesse material.

É importante lembrar que a influência desses fatores sobre a produção varia de acordo com a variedade adotada, manejo, implementos agrícolas, região, clima e época.